quinta-feira, 9 de julho de 2009

Vida

Eu, no auge dos meus 17 anos de idade, percebi que ainda não os vivi. Não como deveria tê-los vivido. Em quase todos os dias de minha jovem vida, deparo-me com os seguintes amontoados de palavras, seja os pronunciando, seja pensando neles: “Sempre quis fazer...”, “Eu ia...” ou, ainda, “Nunca mais fiz...”. No começo, parecia casual, mas isso começou a me incomodar.
Se eu sempre quis fazer algo, por que nunca o fiz? Se eu ia realizar tal ação, por qual motivo não a realizo? Se eu nunca mais fiz tal coisa, por que não voltar a fazê-la? Aparentemente, as coisas não têm acontecido como deveriam, de acordo com o plano. São planos e mais planos...
Bom, minha vida é majoritariamente monótona. Vivo uma contínua rotina, às vezes quebrada. Em todos os dias de minha pacata vida, penso em coisas que poderia fazer, mas não as faço. Simplesmente não as faço. Gostaria de fazê-las, mas não sei o que me impede. E isso me incomoda de forma profunda. Mudo meus planos frequentemente, pelas mais diversas razões. Posso mudá-los até quando não quero, como se não coubesse a mim decidir isso.
Virou um hábito meu colocar a culpa no tempo. Ou na falta dele. “É que não deu tempo”, penso e digo, talvez em uma forma de me autopreservar da possível verdade. Não posso dizer que é unicamente a falta de tempo que me atrasa. Posso ter muitos afazeres diariamente, mas, para determinadas ações, isso não me impede. É, não é apenas a falta de tempo. Hoje, enquanto refletia a respeito de meus dias, de minha vida, percebi uma provável realidade, por mais seca que possa parecer: Receio que eu tenha medo de arriscar. De cometer erros. Enfim, de viver.

Mas não por muito tempo, espero.

Um comentário:

Carlos Augusto Costa disse...

Não sabia que tinhas voltado a postar.